Com a industrialização, urbanização e desenvolvimento tecnológico, a humanidade foi se descolando da visão de meio ambiente e hoje fala dele e de sua conservação como se fosse algo separado, distante. Por isso, é necessário dar um novo significado à esse conceito, “colando” o ser humano de volta como um dos animais que compõe a fauna deste ambiente.
Por um lado…
Menos carro, menos consumo, mais tempo em família, ar mais limpo, mais comida caseira e menos processados e industrializados, menos resíduo dos comércios, mais coleta seletiva doméstica, mais sensibilidade e observação das pessoas sobre o ambiente ao redor, os animais, a quantidade de resíduo gerado…
Notamos pelo engajamento dos seguidores das nossas mídias sociais e em pesquisas científicas realizadas que há uma mudança significativa nos hábitos de vida das pessoas, o que pode ocasionar em impactos positivos para o meio ambiente e consequentemente amenizar as mudanças climáticas graves que vemos observando.
Por outro lado…
Contudo, muitos dessas alterações são superficiais e os dados de desmatamento da amazônia só sobem, deixando a luta contra as mudanças climáticas cada vez mais ameaçada.
Carlos Nobre, cientista brasileiro destacado principalmente na área dos estudos sobre o aquecimento global, comentou no webinar “Covid-19 e Clima: Como estão conectados?” dados alarmantes sobre a situação brasileira neste momento. Estudos apontam que a queima da amazônia pode ter repercussões graves diretamente no enfreamento da Covid-9, uma vez que o aumento do desmatamento e queimadas aumenta a poluição de várias regiões do Brasil, aumentando também as doenças respiratórias. Ou seja, além da gravidade do impacto do desmatamento de uma floresta reguladora do clima com a Amazônia, há também o risco de influenciar negativamente todo o processo de enfrentamento da pandemia.
“Novo Normal”?
Tem sido discutido o mundo “pós quarentena” que trará consigo aprendizados de um novo formato de trabalho, mobilidade, relações e consumo.
No contexto corporativo, o home office será mais acolhido, pessoas que antes deslocavam sozinhas em seu carro e eram responsáveis por uma emissão absurda de gases poluentes passarão a trabalhar de casa parcial ou até integralmente. A relação com alimentação, consumo, convivência familiar, principalmente da classe média, está passando por diversas alterações durante esse período que apontam permanência no futuro.
Mudar pela raiz
É importante reforçar que essa luta contra o aquecimento global e mudanças climáticas aponta diretamente para a necessidade de mudanças estruturais, como a reindustrialização e alteração do modelo econômico. É preciso finalizar o uso do modelo primário, que só retira recursos da terra e passar a criar, como foi citado no nosso site por Helene Menu em seu texto “A Covid 19 e o ODS 12” um ciclo regenerativo, reduzindo suas dependências com o global, contribuindo com a comunidade local e trazendo maior estabilidade para o todo.
Foto: Marcelo Delduque